#Resenha Willow

Oi amigos, hoje tenho uma resenha sobre um assunto bem complicado: a automutilação. Vamos a resenha?
Willow - Julia Hoban
352 páginas - Editora Leya
Willow era uma adolescente como outra qualquer de sua idade, pelo menos até ser a responsável pelo acidente automobilístico que matou os próprios pais. O acidente já tem sete meses, mais de lá para cá tudo mudou. Agora Willow vive com o irmão David (um professor universitário), sua esposa Cathy e a filha do casal. Trabalha em uma biblioteca para ajudar com as despesas e está em uma nova escola. 
Seus dias são imersos em dor e culpa, que a levam não só a se afastar de todos, como do próprio irmão. Ela tenta manter uma rotina saudável, mas de saudável não tem nada. Ela se esconde atrás de uma fachada, que é cheia de rachaduras. Cada vez que uma destas rachaduras se abre, ela acaba se cortando.
Para Willow, a automutilação foi um modo que ela achou de não sentir mais nada além de dor. Ela não acha que pode sentir alguma outra coisa. Ela nem se dá o direito de chorar pela perda dos pais. Sua culpa é tanta que para ela, todos a veem como uma assassina. Para ela, até o irmão a detesta. 
O livro é narrado pela Willow, então estes sentimentos são claramente vistos ao longo dos capítulos, assim como o leitor acaba se questionando até que ponto estas visões são verdadeiras ou ilusões criadas pela culpa que ela carrega.
O mundo que Willow criou para si, acaba sofrendo um abalo quando ela conhece Guy. Sem querer, Guy acaba descobrindo o segredo de Willow, e apesar da vontade de contar toda a verdade para o irmão dela, acaba guardando para si o segredo da moça. Mesmo assim, ele deixa claro que não concorda com o fato, e que não iria facilitar a vida dela, aceitando sua automutilação sem nada fazer.
E mesmo sem querer, Willow acaba se aproximando de Guy e se abrindo para ele. Guy também conta seus medos e anseios para Willow, e os dois acabam desenvolvendo uma amizade que com o tempo evolui para algo mais.
O problema é que Willow sabe que não está pronta para um relacionamento. Ela precisa antes de tudo resolver questões que nem ela mesmo consegue entender. Para ter algo com Guy ela precisa aceitar a própria culpa e conviver de forma racional com a perda. Uma missão que parece cada vez mais difícil, mas que desta vez ela começa entender que não está sozinha.
Este talvez seja um ponto crucial e que me chamou muito atenção neste livro. Willow está claramente doente emocionalmente, ela mesma sabe que não está em seu estado normal, que o que faz a si mesmo é errado, mas não toma iniciativa para mudar o fato.
Willow é daquelas pessoas que apesar de saberem de seus problemas, não pedem ajuda, e acabam se afundando cada vez mais dentro de si mesmo, até o ponto de não conseguirem mais voltar.
Apesar do assunto sério e do enredo poder ser real, eu não consegui me conectar com a história. Achei que mesmo sendo um drama desde o início, faltou um pouco de emoção. Mesmo as cenas em que Willow se corta, eu não sentia emoção. Eu via a dor dela, o sentimento de culpa, mas não conseguia me emocionar com isso. E este fato acabou atrapalhando minha leitura, que ficou um pouco arrastada. De qualquer forma, é um livro que acho muito importante a leitura, até pelo alerta que o enredo trás. 
Cada um sofre de um jeito, e não há jeito certo de se sofrer, mas claramente, negar-se este sentimento é um passo para se afundar em si mesmo. E foi isso que acabou acontecendo com Willow. 
Eu realmente esperava mais em termos de emoção deste livro, mas não tem como não ficar tocado diante dos problemas levantados pelo enredo.

Para finalizar, deixo com vocês o Book Trailer do livro:

Esta resenha faz parte de dois desafios que estou fazendo: Desafio Literário 2018 no item livro com a letra "w" e Desafio Literério Livreando 2018 (#DLL2018) no item "livro com tema chick-lit ou sick-lit". Para ler mais resenhas de ambos os desafios, basta clicarem nas imagens abaixo:


8 comentários:

  1. Olá! Nossa, eu não sei se eu teria coragem de ler um livro com esse tema. Sempre fico muito sensibilizada com isso, pois, caso minha mãe não tivesse intervindo em uma situação como essa, eu provavelmente seria como a personagem ou mesmo nem estaria mais aqui. Sempre é um assunto muito forte pra mim, por isso costumo não me aventurar nesse tipo de leitura. Mas acho importante as pessoas tenham consciência de algo que aprendi nessa época: ficar em silêncio não resolve, não ajuda e só machuca.

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  2. Oi Rose. Eu não conhecia esse livro e apesar do tema pesado, acho essencial para discussão. Sem dúvidas irei dar uma chance pra leitura. Fico muito sensibilizada com isso pq eu conheço e já convivi com uma pessoa que passava pelo mesmo e sei o quanto é difícil para quem VIVE isso. Obrigada pela sugestão de leitura.

    Sai da Minha Lente

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  3. Oi.
    Acho que a culpa realmente é um dos piores sentimentos e um dos mais capazes de acabar com a gente, porque achamos que realmente merecemos sofrer, não é? Fica difícil se reerguer de uma situação difícil assim.
    Apesar de achar que o tema abordado merece atenção, eu não sei se é um livro que eu leria no momento. Acho o tema pesado e teria que estar no clima para ler.
    Beijos.

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  4. Oi, Rose! Tudo bem?
    Eu ainda não conhecia esse livro, mas que pena que você não conseguiu se conectar com a história e que a leitura tenha sido um pouco arrastada.
    O tema é realmente importante e precisa ser discutido. Tive uma colega que passou por uma situação semelhante e demorou até alguém descobrir e conseguir convencê-la a procurar ajuda especializada.
    Confesso que não fiquei muito inclinada a fazer esta leitura, ainda mais por ser um tema mais doloroso, o que ando evitando. Porém, adorei sua resenha e a sua sinceridade ao falar sobre a obra. Não me interessei muito por enquanto, mas quem sabe futuramente eu leia, né?
    Beijos!

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  5. Olá, esse é um livro que tenho curiosidade de ler, ele aborda um tema bem importante e que para muitos ainda é um tabu, pena que não foi tão bom quanto poderia ser para você.

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  6. Oi Rose, tudo bem?
    Eu não li esse livro, mas amei sua resenha.
    Bjkas

    http://www.acordeicomvontadedeler.com/

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  7. Não conhecia o livro e achei a temática forte e interessante, automutilação é uma boa temática, a capa também ficou interessante. Sobre o tema, teria dificuldades em um livro com a letra W.

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  8. Uma pena que o livro não tenha funcionado da forma que você esperava, é bem difícil escrever bem um personagem com problemas de mutilação, se você exagera, pode ficar muito dramático e se você também não desenvolve pode ficar da forma que você sentiu o livro. Não conhecia a leitura.
    www.belapsicose.com

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Olá meu amigo, deixe sua opinião, ela é sempre bem vinda. Obrigada por visitar o blog.

#Resenha Willow

Oi amigos, hoje tenho uma resenha sobre um assunto bem complicado: a automutilação. Vamos a resenha?
Willow - Julia Hoban
352 páginas - Editora Leya
Willow era uma adolescente como outra qualquer de sua idade, pelo menos até ser a responsável pelo acidente automobilístico que matou os próprios pais. O acidente já tem sete meses, mais de lá para cá tudo mudou. Agora Willow vive com o irmão David (um professor universitário), sua esposa Cathy e a filha do casal. Trabalha em uma biblioteca para ajudar com as despesas e está em uma nova escola. 
Seus dias são imersos em dor e culpa, que a levam não só a se afastar de todos, como do próprio irmão. Ela tenta manter uma rotina saudável, mas de saudável não tem nada. Ela se esconde atrás de uma fachada, que é cheia de rachaduras. Cada vez que uma destas rachaduras se abre, ela acaba se cortando.
Para Willow, a automutilação foi um modo que ela achou de não sentir mais nada além de dor. Ela não acha que pode sentir alguma outra coisa. Ela nem se dá o direito de chorar pela perda dos pais. Sua culpa é tanta que para ela, todos a veem como uma assassina. Para ela, até o irmão a detesta. 
O livro é narrado pela Willow, então estes sentimentos são claramente vistos ao longo dos capítulos, assim como o leitor acaba se questionando até que ponto estas visões são verdadeiras ou ilusões criadas pela culpa que ela carrega.
O mundo que Willow criou para si, acaba sofrendo um abalo quando ela conhece Guy. Sem querer, Guy acaba descobrindo o segredo de Willow, e apesar da vontade de contar toda a verdade para o irmão dela, acaba guardando para si o segredo da moça. Mesmo assim, ele deixa claro que não concorda com o fato, e que não iria facilitar a vida dela, aceitando sua automutilação sem nada fazer.
E mesmo sem querer, Willow acaba se aproximando de Guy e se abrindo para ele. Guy também conta seus medos e anseios para Willow, e os dois acabam desenvolvendo uma amizade que com o tempo evolui para algo mais.
O problema é que Willow sabe que não está pronta para um relacionamento. Ela precisa antes de tudo resolver questões que nem ela mesmo consegue entender. Para ter algo com Guy ela precisa aceitar a própria culpa e conviver de forma racional com a perda. Uma missão que parece cada vez mais difícil, mas que desta vez ela começa entender que não está sozinha.
Este talvez seja um ponto crucial e que me chamou muito atenção neste livro. Willow está claramente doente emocionalmente, ela mesma sabe que não está em seu estado normal, que o que faz a si mesmo é errado, mas não toma iniciativa para mudar o fato.
Willow é daquelas pessoas que apesar de saberem de seus problemas, não pedem ajuda, e acabam se afundando cada vez mais dentro de si mesmo, até o ponto de não conseguirem mais voltar.
Apesar do assunto sério e do enredo poder ser real, eu não consegui me conectar com a história. Achei que mesmo sendo um drama desde o início, faltou um pouco de emoção. Mesmo as cenas em que Willow se corta, eu não sentia emoção. Eu via a dor dela, o sentimento de culpa, mas não conseguia me emocionar com isso. E este fato acabou atrapalhando minha leitura, que ficou um pouco arrastada. De qualquer forma, é um livro que acho muito importante a leitura, até pelo alerta que o enredo trás. 
Cada um sofre de um jeito, e não há jeito certo de se sofrer, mas claramente, negar-se este sentimento é um passo para se afundar em si mesmo. E foi isso que acabou acontecendo com Willow. 
Eu realmente esperava mais em termos de emoção deste livro, mas não tem como não ficar tocado diante dos problemas levantados pelo enredo.

Para finalizar, deixo com vocês o Book Trailer do livro:

Esta resenha faz parte de dois desafios que estou fazendo: Desafio Literário 2018 no item livro com a letra "w" e Desafio Literério Livreando 2018 (#DLL2018) no item "livro com tema chick-lit ou sick-lit". Para ler mais resenhas de ambos os desafios, basta clicarem nas imagens abaixo:


8 comentários:

  1. Olá! Nossa, eu não sei se eu teria coragem de ler um livro com esse tema. Sempre fico muito sensibilizada com isso, pois, caso minha mãe não tivesse intervindo em uma situação como essa, eu provavelmente seria como a personagem ou mesmo nem estaria mais aqui. Sempre é um assunto muito forte pra mim, por isso costumo não me aventurar nesse tipo de leitura. Mas acho importante as pessoas tenham consciência de algo que aprendi nessa época: ficar em silêncio não resolve, não ajuda e só machuca.

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  2. Oi Rose. Eu não conhecia esse livro e apesar do tema pesado, acho essencial para discussão. Sem dúvidas irei dar uma chance pra leitura. Fico muito sensibilizada com isso pq eu conheço e já convivi com uma pessoa que passava pelo mesmo e sei o quanto é difícil para quem VIVE isso. Obrigada pela sugestão de leitura.

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  3. Oi.
    Acho que a culpa realmente é um dos piores sentimentos e um dos mais capazes de acabar com a gente, porque achamos que realmente merecemos sofrer, não é? Fica difícil se reerguer de uma situação difícil assim.
    Apesar de achar que o tema abordado merece atenção, eu não sei se é um livro que eu leria no momento. Acho o tema pesado e teria que estar no clima para ler.
    Beijos.

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  4. Oi, Rose! Tudo bem?
    Eu ainda não conhecia esse livro, mas que pena que você não conseguiu se conectar com a história e que a leitura tenha sido um pouco arrastada.
    O tema é realmente importante e precisa ser discutido. Tive uma colega que passou por uma situação semelhante e demorou até alguém descobrir e conseguir convencê-la a procurar ajuda especializada.
    Confesso que não fiquei muito inclinada a fazer esta leitura, ainda mais por ser um tema mais doloroso, o que ando evitando. Porém, adorei sua resenha e a sua sinceridade ao falar sobre a obra. Não me interessei muito por enquanto, mas quem sabe futuramente eu leia, né?
    Beijos!

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  5. Olá, esse é um livro que tenho curiosidade de ler, ele aborda um tema bem importante e que para muitos ainda é um tabu, pena que não foi tão bom quanto poderia ser para você.

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  6. Oi Rose, tudo bem?
    Eu não li esse livro, mas amei sua resenha.
    Bjkas

    http://www.acordeicomvontadedeler.com/

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  7. Não conhecia o livro e achei a temática forte e interessante, automutilação é uma boa temática, a capa também ficou interessante. Sobre o tema, teria dificuldades em um livro com a letra W.

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  8. Uma pena que o livro não tenha funcionado da forma que você esperava, é bem difícil escrever bem um personagem com problemas de mutilação, se você exagera, pode ficar muito dramático e se você também não desenvolve pode ficar da forma que você sentiu o livro. Não conhecia a leitura.
    www.belapsicose.com

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